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13 de dezembro:Dia do Marinheiro.

                                                                                                                                                                                                        Prof. Adalberto Brito


Permitam-me que leia alguns trechos do Testamento do Almirante Joaquim Marques Lisboa, Marquês de Tamandaré:
"Exijo que meu corpo seja vestido somente com camisa, ceroula e coberto com um lençol metido em um caixão forrado de baeta, tendo uma cruz na mesma fazenda branca, sobre ela colocada uma âncora verde que me ofereceu a Escola Naval em 13 de dezembro de 1892(...) Sobre o caixão não desejo que se coloque coroas, flores nem enfeites de qualquer espécie (...) Exijo que se não faça nem convites para o enterro de meus restos mortais que desejo sejam conduzidos de casa ao carro e deste à cova por meus irmãos em Jesus Cristo que hajam obtido o foro de cidadãos pela Lei de 13 de maio. Exijo mais, que meu corpo seja conduzido em carrocinha de última classe, enterrado em sepultura rasa até poder ser exumado, e meus ossos colocados com os de meus pais, irmãos e parentes no jazigo da família Marques Lisboa.  Como homenagem à Marinha, minha dileta carreira, em que tive a fortuna de servir à minha pátria e prestar alguns serviços à humanidade, peço que sobre a pedra que cobrir minha sepultura se escreva: Aqui jaz o velho marinheiro. Almirante Joaquim Marques Lisboa".
No dia 13 de dezembro, na data do aniversário de nascimento do Almirante Joaquim Marques Lisboa, Marquês de Tamandaré, Patrono da Marinha, comemoramos o Dia do Marinheiro.
As autoridades navais, na busca de uma data em que pudessem homenagear a cada um destes magníficos heróis do passado e do presente, escolheram a do nascimento do Velho Marinheiro, como ele mesmo escolheu ser chamado.
Não foi sem razão.
Joaquim Marquês Lisboa nasceu na cidade do Rio Grande, a 13 de dezembro de 1807. Com apenas 15 anos alistou-se como voluntário de praticante de piloto.
No dia 4 de maio de 1823, com portanto apenas 16 anos, tomava parte do combate contra a esquadra portuguesa na Bahia, durante a Guerra da Independência.
Tamandaré participou de todos os fatos significativos da História da Pátria, de 1823 a 1889 quando foi proclamada a República.
Lutou na Guerra da Cisplatina, na Campanha Oriental, na Guerra do Paraguai, na luta contra os Cabanos, Balaiada, Sabinada, Guerra dos Farrapos e Revolução Praieira.
Sempre a que a segurança da Pátria e a Integridade do seu território foram ameaçados, Joaquim Marques de Lisboa, esteve presente.
Sua vida e a História da Marinha Imperial estiveram intimamente entrelaçadas.
Certamente por esta razão, sua data natalícia foi escolhida como Dia do Marinheiro, dia em que a nação presta um merecido tributo aos seus filhos que dedicam sua vida a serviço da Pátria, a bordo dos nossos navios, escolas, hospitais e demais organizações de terra, num trabalho silencioso, quase nunca reconhecido pela sociedade, mas que cada um de nós têm certeza, ser indispensável à grandeza  e segurança do nosso querido país.
Talvez na antiga Creta, ilha onde a penúria do solo condenou os habitantes à vida no mar, nasceram os primeiros marinheiros. A necessidade de, para buscar mercados e mercadorias e para tanto, singrar os mares, levou os cretenses a construir uma grande esquadra para defender seus navios mercantes. Nela embarcados estavam homens que se especializaram na manobra e combate, daqueles pequenos navios, os nartoés, como os chamaram os gregos. Não lavravam o solo, compravam ou vendiam, guiavam as esquadras por mares desconhecidos, tomavam o rumo nas estrelas, conheciam os ventos, as correntes, venciam o medo com sua ousadia. 
A glória dos impérios do passado se fez com a conquista dos mares.
As grandes vitórias e derrotas ocorreram nos oceanos.
Em Salamina os gregos venceram os poderosos espartanos. Na Batalha do Actium Roma se tornou um Império. Em Lepanto o Ocidente barrou o perigo Otomano. Na Batalha do Atlântico se decidiu a Segunda Guerra Mundial.
Nas águas do nosso litoral conquistamos a nossa liberdade.
Nos momentos decisivos a vitória no mar sagrou a vitória das nações e os ideais dos seus homens valorosos.
 
 
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