A Marinha e a independência do Brasil Prof. Adalberto Brito Era sábado. Aproximadamente às 4h30 minutos da tarde. Às margens do Riacho Ipiranga, nas cercanias da vila de São Paulo. Uma comitiva descansava. O príncipe regente retornava para o Rio de Janeiro. Fazia "a fresca", como se dizia na época. Escutou-se um tropel de cavalos. Era o correio que trazia notícias da Corte e decretos vindos de Portugal. Leu com atenção as mensagens que recebera. Anulavam os seus atos, ameaçavam fazê-lo voltar para Portugal. Sabia que estavam esgotadas as possibilidades de diálogo. O Parlamento Português (as Cortes de Lisboa), não disfarçavam mais sua vontade de recolonizar o Brasil. Irado, bradou: É tempo! Independência ou Morte! Estamos separados de Portugal. Arrancou o laço com as cores lusitanas, que trazia no seu chapéu e arremessou-o fora. A tropa o aclamou, com regozijo. Estava feita a independência do Brasil? Não. A independência é um processo histórico que não começa ou termina no sete de setembro. Suas raízes estão no período colonial com as rebeliões nativistas, nos movimentos do século XVIII, em Minas, na Bahia e Rio de Janeiro. Muitos brasileiros tombaram lutando contra uma metrópole sedenta de ouro e insensível aos nossos clamores. O príncipe, português de nascimento, brasileiro de coração, tornou concreto um sonho de muitos anos e muitos bravos. Nos dias que se sucederam ao Grito do Ipiranga, a medida que a notícia se espalhou, as reações foram diversas. Na maioria das Províncias, de júbilo. Em outras, as Juntas Governativas e as tropas, controladas por portugueses, permaneceram fiéis ao governo português. As Províncias do Pará, Maranhão, Piauí, Bahia e Cisplatina (atual Uruguai) resistiram. Como vencer a resistência? O país não tinha estradas. Os meios de comunicação terrestre eram precários. A Marinha do Brasil nasceu com a independência. A 22 de outubro de 1822 foi nomeado Ministro da Marinha o Capitão-de-Mar-e-Guerra Luís da Cunha Moreira, futuro Visconde de Cabo Frio. A primeira Bandeira do Brasil independente, instituída por Decreto de 18 de setembro de 1822, foi entregue à Armada Nacional em 10 de novembro daquele ano, sendo içada nesse mesmo dia nos navios da Esquadra (PEIXOTO, Afrânio. História do Brasil). Em 1o de abril de 1823 a esquadra brasileira, sob o comando do Almirante Cochrane largou do Rio de Janeiro, em socorro da Bahia. Em 4 de maio de 1823, entrou, pela primeira vez, em combate. Após a vitória na Bahia os navios brasileiros rumaram para as Províncias do Maranhão e Pará, onde também venceram os revoltosos, garantindo a integridade da nação. A ação da Marinha foi vital para a consolidação da independência. |
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Pedro Américo. |
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Florianópolis(SC). Desfilde de 7 de Setembro. Escola de Aprendizes-Marinheiros de
Santa Catarina. |
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